Emoção
explode nos ares do C. E. Roberto Coelho Pedroso
A
pedido da Néia, nossa estimada companheira de trabalho do Programa Mais
Educação e responsável pelo nosso blog, aqui estou eu, nesta fria e calorosa
manhã de inverno, a escrever este texto, ainda alimentada pelas emoções do
último dia 24/07. Então, vamos lá ver se consigo?!...
Há
muito se sabe que ler e escrever são duas aprendizagens essenciais de todo o
sistema da instrução pública, já que o cidadão que não domine essas duas
habilidades está, certamente, condenado ao fracasso escolar e à exclusão
social. E, apesar de todas as evoluções humanas, pedagógicas e tecnológicas,
ler e escrever são ainda um desafio para todos e o é, principalmente, para a
escola, instituição consagrada como fonte de saber e de aprendizagem.
Inspirados
nos ideais dos antigos jogos olímpicos, como o da igualdade social e a
democratização da atividade esportiva, os organizadores da Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro
criaram esse programa para o enfrentamento do fracasso escolar proveniente das
dificuldades do ensino de leitura e de escrita. E, comungando desses mesmos
ideais, o C .E. Roberto Coelho Pedroso está presente nas Olimpíadas de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro
perseguindo reduzir o “iletrismo” e o fracasso escolar.
O
tema para a produção de texto é “O lugar onde vivo” e para as turmas de sétimos
e oitavos anos o gênero textual memórias literárias. Nesse sentido, em aulas
anteriores os educandos expuseram seus conhecimentos prévios sobre termos como
memória e memórias; realizaram entrevistas com pais, avós, familiares e
vizinhos com o objetivo de identificarem fatos marcantes ocorridos na vida
dessas pessoas; leram e ouviram, na biblioteca da escola, fragmentos de
memórias literárias.
E cumprindo
mais uma etapa do Projeto, no último dia 24/07/14, pessoas idosas da comunidade
do Cantagalo, em Três Rios-RJ, a convite da diretora Maria das Graças, da
supervisora Maria Andrade, da professora de Língua Portuguesa Clara, da
bibliotecária Vanda e dos alunos dos sétimos e oitavos anos, estiveram na escola para um encontro
com os alunos, já que o ponto de partida para se produzir os relatos de
memórias são entrevistas e conversas com a comunidade, “(...) experiências que
desenvolvem o sentimento de pertença e favorecem o reconhecimento dos saberes e
problemas locais (...)” (Manual do Professor, pág.2).
E
foi com muita satisfação que recebemos Dona Cecília – a Mocinha _, Dona Cidália
e Vanda, nossa bibliotecária, para uma conversa, que aconteceu de forma
descontraída, simples e, principalmente, recheada de boas e velhas histórias
que encantaram nossos alunos.
Com
certeza, o momento foi mágico, foi divino!
Os
alunos se sentiram envaidecidos ao recepcionarem essas doces criaturas, que não
se deixaram vencer pelo peso da idade, pelos problemas de saúde e ou por
dificuldades outras e aceitaram o convite para que nossos educandos pudessem ver que os idosos muito têm a nos
ensinar, já que “A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda,
e como recorda para contá-la.”(Gabriel Garcia Márques).
Durante
o encontro, os olhos dos alunos ficaram atentos, a tudo percebiam; desde
gestos, olhares, passos e, principalmente, as palavras e os sentimentos. Nossa,
no decorrer das entrevistas a atenção, o silêncio foram totais. Nossos alunos
foram envolvidos, embrulhados e embalados pela onda de sentimento, de emoção
que emanavam daquelas almas, daqueles corações, daquelas bocas que carinhosamente
contavam suas histórias recheadas de vivência e de muita sabedoria. O que se
viam eram só olhinhos brilhantes, como que se perguntassem “É isso mesmo”?
“Temos idosos assim tão jovens?” Afinal, “As histórias passadas por meio de
palavras, gestos, sentimentos, podem unir moradores de um mesmo lugar e fazer
com que cada um sinta-se parte de uma
mesma comunidade”.(Manual do professor, pág.18)
Por
tudo isso, publicamente, nosso muito obrigada às senhoras Mocinha, Cecília e
Vanda, que nos possibilitaram viver todo esse encantamento que ficará para
sempre em nossas memórias e em nossos corações, os legítimos lugares para o
inesquecível. Agradecimentos esses extensivo a todos da escola, direção,
supervisão, bibliotecários, colegas pares meus, professores, que também
abraçaram o projeto.
Clara
Terezinha da Silva Santos - Professora de Língua Portuguesa
e-mail:clara.linguagem@gmail.com
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